Siga nosso Instagram Siga nossa fanpage Siga nosso Twitter Siga nosso Youtube

O estado do Rio em suas mãos 

Segunda, 25 Junho 2018 21:26

Nem Nem e o investimento privado como fator de mudança

Coluna
Colaborando com o projeto, o empreendedor Rodrigo Azevedo foi convidado para o bate papo Colaborando com o projeto, o empreendedor Rodrigo Azevedo foi convidado para o bate papo

Dados estatísticos nos mostram que a cada ano mais e mais jovens em idade economicamente ativa se juntam a esses brasileiros que “nem” estudam e “nem” trabalham.


Eles não trabalham, não estudam e acabam se perdendo no meio de tantas opções de “dinheiro fácil” que surgem nas comunidades em que vivem. Conhecidos como Nem Nens, o que se percebe no decorrer do tempo – considerando inúmeros fatores conjunturais é que muitos desses jovens têm suas habilidades desperdiçadas, mesmo sendo suficiente para alavancar a si mesmo e de muitos dos que estão ao seu redor (o chamado impacto indireto).

Dados estatísticos nos mostram que a cada ano mais e mais.

Ainda assim, dados estatísticos nos mostram que a cada ano mais e mais jovens em idade economicamente ativa se juntam a esses brasileiros que “nem” estudam e “nem” trabalham. Segundo a pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de todos os brasileiros que têm entre 14 e 29 anos - 20% (equivalente a mais de 10 milhões) não frequentam a escola ou fazem qualquer tipo de curso de qualificação profissional.

1 grafico pelo brasil

Abaixo a distribuição das pessoas com 14 a 19 anos de idade.

22222 grafico por segmento

De acordo com os dados do IBGE, em 2015 o percentual de jovens “nem nens” foi de 22,5%, crescendo 2,5 pontos percentuais em relação a 2014 (20%) e 2,8 frente a 2005 (19,7%), o que no longo prazo pode significar o aumento da população em situação de rua, como mostra artigo de Heitor Wegmann publicado recentemente aqui sob o tema: Enxugando gelo? Em regra, a todos incomoda ver moradores de rua, vivendo debaixo de viadutos e marquises. Isso quando o destino são viadutos e marquises, pois quando pensamos nos índices do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) feito em 2015, os dados são bem desanimadores: 56% dos presos no Brasil tem até 29 anos e o grau de escolaridade de 53% dessa população é de ensino fundamental incompleto.

É possível identificar uma luz no fim do túnel no médio e longo prazo.

Entretanto – mesmo com cenário tão crítico é possível identificar luz no fim do túnel no médio e longo prazo. Considerando o novo ensino médio que passa a ter algum significado para esses jovens e a responsabilidade social de gestores de grandes empresas que investem na qualificação profissional de jovens economicamente desfavorecidos, é possível que uma mudança de cenário nos traga dados estatísticos mais otimistas no futuro próximo.

Quanto ao novo ensino médio - Medida Provisória nº 748/2016 sancionada pelo presidente da República em fevereiro de 2017, algumas mudanças colaborarão com a retenção desses jovens na escola, ampliando inclusive a empregabilidade de cada um. Nesse novo formato, a Base Nacional Comum Curricular - BNCC (documento que define os objetivos que devem ser levados em conta na hora de elaborar o currículo da Educação Básica) fará parte de apenas 60% das matérias estudadas em sala de aula. O restante ficará reservado para uma das áreas específicas, o que dará a oportunidade de os estudantes escolherem a área que tem interesse em se aprofundar já no início do ensino médio.

Outro dado positivo além da ampliação das 800 horas para 1.400 horas - equivalente a sete horas diárias é que o Ensino Médio poderá ser organizado em módulos, adotando o sistema de créditos que poderão ser usados para o aproveitamento de disciplinas no ensino superior, estimulando com isso a continuidade dos estudos.

Segurar os jovens nas escolas, alavancando a sua empregabilidade.

Levando em conta que essas mudanças só serão implementadas ao longo dos próximos anos, como fazer para segurar os jovens nas escolas alavancando a sua empregabilidade? A resposta para essas e outras perguntas está nas mãos de belas iniciativas (projetos de educação não formal) de empreendedores socialmente responsáveis que investem algum tipo de recurso na qualificação de jovens – seja financiando a qualificação, seja contratando esses alunos ao final do curso ou, simplesmente, contribuindo com a formação por meio de palestras e ou bate papos que que possam enriquecer o currículo de cada um dos beneficiados pela ação.

No início dessa década um grande investidor privado, já preocupado com esse cenário, me fez o convite para fazer ajudá-lo na gestão de uma iniciativa de cunho social. Além do alto índice de conclusão do curso, dentre os que que evadiram muitos foram absorvidos pelo mercado de trabalho.

4 indice evasao

Alocar recursos próprios para o bem-comum, mas de forma eficiente

O Brasil – mesmo que os telejornais não nos mostrem, ainda conta com pessoas e organizações que continuam acreditando em um futuro melhor. São pessoas que escolheram, voluntariamente, alocar recursos próprios para o bem-comum, mas de forma eficiente. Para tanto procuram as melhores estratégias para definir seus focos e formas de atuação que incluem projetos bem estruturados com avaliação de resultados para transformar a sociedade e, assim, alcançar a melhoria sustentável da qualidade de vida do beneficiário ou de sua comunidade. 



luciano
"Integrando os 92 municípios do estado"
Luciano Azevedo (Fundador e mantenedor)
LEIA O EDITORIAL

Amigos da Destinos do Rio

Conheça as prefeituras, projetos, empresas, instituições, agências e assessorias da rede de colaboração de conteúdo.